sábado, 14 de janeiro de 2012

Pessoas disléxicas não só leem, mas percebem os sons de maneira diferente

Pessoas com dislexia às vezes veem as palavras e letras embaralhadas, o que torna a leitura uma tarefa difícil. Agora, um novo estudo mostra que a dislexia não é apenas uma “perturbação visual”. Também parece ser um problema da forma como o cérebro interpreta os sons, especialmente o discurso.



Pesquisadores franceses mapearam a atividade cerebral de 23 pessoas com dislexia e 21 pessoas sem o transtorno, conforme elas ouviam um ruído branco.

A fim de compreender as informações na fala, o cérebro precisa ser capaz de sincronizar com a mesma frequência dos sons que ouve. A sincronização das ondas cerebrais com os sons é chamada de arrastamento.

Quando o cérebro está devidamente sincronizado com um som, ele pode corretamente separar e interpretar o sinal, quase como se quebrasse um código.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas sem dislexia não tinham problemas em ajustar seus cérebros para as mesmas frequências que ouviram no ruído branco.
Pessoas com dislexia, por outro lado, não conseguiam fazer o mesmo. Seus cérebros tinham problemas de sincronização com sons na faixa de cerca de 30 hertz, uma frequência que é importante para a compreensão e decodificação da fala.

O cérebro disléxico também parece ser hipersensível a sons de alta frequência. Este processamento de som interrompido pode ajudar a explicar por que as pessoas com dislexia têm dificuldade em lembrar e processar palavras e discursos.

“Isso sugere que um problema no córtex auditivo, no lado esquerdo do cérebro, é o que torna difícil para os disléxicos perceberem a fala”, diz o cientistas Ken Pugh. “Isso, por sua vez, pode dificultar a construção de uma compreensão dos sons da fala, necessária para aprender a ler”, explica.


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