sábado, 28 de abril de 2012

"Amigos Improváveis" - Um filme que aconselho vivamente!




Um filme que recomendo vivamente.

Dois universos irão cruzar-se e integrar-se para dar nascimento a uma amizade tão louca, divertida e forte quanto inesperada, uma relação única que vai produzir faíscas e torná-los verdadeiros amigos improváveis. Faz-nos pensar na vida e nas relações humanas.

Estudo abre esperanças na cura da paralisia cerebral

Um novo tratamento ajudou coelhos nascidos com paralisia cerebral a recuperar uma mobilidade normal, o que abre a esperança de um potencial avanço na cura de pessoas com este distúrbio atualmente incurável, de acordo com uma equipa de cientistas dos EUA.


O estudo desenvolvido por Sujatha Kannan e os seus colegas do Instituto Nacional de Saúde Infantil e do Departamento de Perinatologia e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos foi publicado no jornal científico Science Translational Medicine e recorreu à nanomedicina.

Os cientistas libertaram um medicamento anti-inflamatório diretamente nas partes comprometidas do cérebro dos coelhos através de minúsculas moléculas em cascata, conhecidas como dendrímeros. No quinto dia, os animais, que nasceram com paralisia infantil, movimentavam-se em níveis quase normais.

As crias de coelho tratadas seis horas após o nascimento registaram "uma melhoria dramática na função motora" ao quinto dia, afirmou a autora principal do estudo, que explicou que os testes foram bem-sucedidos porque o método permitiu que o fármaco cruzasse a barreira sangue-cérebro, desativando prontamente a inflamação cerebral.

A médica explicou ainda que a utilização de coelhos como cobaias está relacionada com o facto de, à semelhança do que acontece com os humanos, os seus cérebros se desenvolverem antes e depois do nascimento, enquanto a maioria dos outros animais nascem com as habilidades motoras já formadas.

"Uma vantagem disso é que podemos testar tratamentos e olhar para a melhoria na função motora usando este tipo de modelo animal", esclareceu Kannan.

Uma das causas principais da paralisia cerebral é o nascimento prematuro, mas a doença não costuma ser diagnosticada antes dos dois anos. Consequentemente, "no momento em que fazemos o diagnóstico, há muito pouco que podemos fazer", confessou o Roberto Romero, co-autor do estudo, citado pela AFP.

Apesar de os especialistas admitirem que serão necessários vários anos até que se conheça totalmente esta abordagem, a investigação demonstra que uma intervenção precoce poderá ter a capacidade de inverter os danos cerebrais.

"Este trabalho é importante porque indica que há uma janela no tempo, imediatamente após o nascimento, quando a neuroinflamação pode ser identificada e quando o tratamento com um nanodispositivo pode reverter os efeitos da paralisia cerebral", concluiu o obstetra do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano.

Quinta agrícola emprega 40 deficientes e abastece cozinhas de Centro de Ação Social

Ideia muito interessante e válida! Eles também são capazes... é pena que muitos dos nossos empregadores portugueses não compreendam isto!

Cerca de 40 deficientes trabalham numa quinta da Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, Ílhavo, fornecendo os produtos para mais de mil refeições diárias, servidas aos lares e centros infantis.

Trata-se do Emprego Protegido do Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo (CASCI), instituição particular de solidariedade social criada em 1980, que não tem parado de crescer e hoje possui valências que vão de lares residenciais e centros de dia ao ensino especial e à formação profissional, passando pelo ensino pré-escolar.

Com unidades dispersas por Ílhavo e pelas praias da Barra e Costa Nova, o abastecimento das várias cozinhas da instituição é feito a partir do seu Centro da Gafanha da Nazaré.

Além da agropecuária, a quinta dispõe de unidades produtivas de jardinagem, serração e carpintaria, lavandaria e costura, empregando, sobretudo, jovens com deficiência, com apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

É uma aposta ganha em dezenas de jovens com incapacidade que ali se sentem úteis porque são cidadãos ativos.

«Trabalham, têm horários e regras a cumprir e, além disso, têm uma equipa técnica que os acompanha», disse à agência Lusa a presidente do CASCI, Ana Mafalda Cunha.

Segundo esta responsável, há ali jovens inseridos no projeto de emprego protegido que chegaram ao CASCI com quatro ou cinco meses.

A quinta é também uma aposta ganha pelas poupanças e recursos que gera à instituição.

Fonte: TSF (veja o video)

Governo cria nova avaliação de incapacidades de pessoas portadoras de deficiência

O Ministério da Saúde vai criar uma comissão para a elaboração de uma tabela de avaliação de incapacidades que não se restrinja a doenças profissionais, seguindo assim a recomendação feita pelo Provedor de Justiça em fevereiro.

Alfredo José de Sousa pediu aos ministérios da Saúde e da Solidariedade que criassem uma nova tabela de avaliação de incapacidades, defendendo que a atual é desadequada, porque foi criada para medir deficiências decorrentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Em resposta ao Provedor, e de acordo com informação da Provedoria da Justiça, o ministro da Saúde reconheceu que é necessário adotar "uma regulamentação específica para a avaliação da incapacidade das pessoas portadoras de deficiência" e informou que está a ser constituída uma comissão que irá elaborar uma Tabela Nacional de Incapacidades (TNI) que não se restrinja a doenças profissionais e acidentes de trabalho.

Já no que diz respeito à avaliação da incapacidade dos doentes crónicos, a informação do Ministério da Saúde é de que já está constituído um grupo de trabalho que "elaborou uma proposta de grelha de medição da funcionalidade de portadores das doenças crónicas mais frequentes".

"Neste momento, esta grelha está a ser avaliada, por amostragem, para a população portuguesa, pelo que, terminado esse momento de avaliação, a proposta estará em condições de ser aprovada", diz o Ministério.

Alfredo José de Sousa entende, por isso, "que já estão a ser adotadas as providências necessárias, ou seja a serem criadas tabelas próprias para a avaliação das pessoas portadoras de deficiência e das portadoras de doenças crónicas".

As sugestões do Provedor de Justiça aos ministérios da Saúde e da Solidariedade e Segurança Social surgiram depois de Alfredo José de Sousa ter estudado o regime de avaliação de incapacidades das pessoas com deficiência para efeitos de acesso a medidas e benefícios estabelecidos na lei e ter chegado à conclusão que a Tabela Nacional de Incapacidades por Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais "não é o instrumento adequado para a avaliação das pessoas com deficiência".

Fonte: JN

Relatório final dos contributos para a Revisão da Estrutura Curricular



Da análise efetuada, ainda que de forma transversal, devido à extensão do documento, registam-se apenas duas referências aos alunos com necessidades educativas especiais. Aparentemente parece muito pouco podendo corresponder à pouca valorização atribuída a estes alunos e ao processo de inclusão.

Os contributos, inseridos na página 30, referem:
- A criação de um novo modelo de inclusão dos alunos com NEE, que vá ao encontro das suas necessidades reais e que lhes permita desenvolver capacidades facilitadoras da integração na vida futura.
- A criação de cursos de formação profissionalizante para alunos com NEE no ensino secundário.
Para aceder ao documento, aqui.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pais contra o aumento do número de alunos por turma

Quer a Confap quer a CNIPE revelam-se contra a decisão do Governo de aumentar de 28 para 30 o número de alunos por turma.

A Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) desaprovou no domingo, em Vila Real, a medida do Governo de aumentar o número de alunos por turma entre o 5.º e o 12.º anos, dos actuais 28 para 30 estudantes. Também a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) lamenta a decisão governamental.

Reunida em assembleia-geral, a Confap aprovou um documento que será remetido ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ministros da Educação e da Solidariedade e Segurança Social. Segundo o presidente da confederação, Albino Almeira, os pais desaprovam a medida e lamentou a forma como a alteração foi anunciada, sem as associações de pais terem sido ouvidas ou envolvidas no processo. Referiu ainda não entender esta imposição às escolas, numa altura em que se fala precisamente de lhes dar mais autonomia.

Por princípio, a Confap “não associa o número de alunos por turma ao sucesso escolar”, mas considera que a “organização das turmas nas escolas é o segredo de encontrar vias de qualificação do ensino e da aprendizagem”. “Dificilmente os portugueses entenderão que nas cidades em que temos muitos jovens multiculturais, com dialectos e linguagens diferentes, seja possível garantir sucesso educativo com 30 alunos numa turma”, salientou.

A confederação reagiu com preocupação ao facto de nada se ter dito sobre as turmas com alunos com necessidades educativas especiais e que, segundo Albino Almeida, no passado, “levavam à redução de dois alunos por turma e a um máximo de alunos por turma inferior ao valor até agora estabelecido”. Outra preocupação dos pais é a dificuldade de se “encontrar no interior do país 30 alunos para organizar a oferta do ensino recorrente”. “Na prática isto é impedir muitos alunos de estudar à noite”, frisou Albino Almeida.

“Esta forma de conceber a constituição de turmas confirma que os responsáveis pelo Ministério da Educação se debruçam exclusivamente sobre os números e as estatísticas, esquecendo que a escola é feita de pessoas”, refere a CNIPE, em comunicado. Quanto mais crianças e jovens forem agrupados numa sala de aula, maiores serão os estímulos à distracção e à desconcentração e menores as possibilidades de haver um ensino mais individualizado.

O sucesso escolar sustentado é extremamente difícil de conseguir em turmas com mais de 18 alunos, sustenta a CNIPE, defendendo que aumentar o número de alunos por turma é hipotecar o futuro dos educandos e reduzir as possibilidades da escola pública poder contribuir para um salto qualitativo da sociedade.

Escolher a escola

Outra alteração anunciada pelo Governo é a possibilidade dos pais escolherem a escola que os filhos vão frequentar no ensino pré-escolar e no básico (até ao 9.º ano). Contudo, o diploma salvaguarda que, caso o estabelecimento escolhido não seja na área de residência, as despesas que essa opção possa significar ficam por conta do encarregado de educação ou do aluno, desde que a escola da zona onde reside tenha o percurso formativo desejado.

A Confap “lamenta que a liberdade de escolha da escola dependa da capacidade dos pais para pagarem o transporte”.

Fonte: Público

Fotógrafa invisual capta mundo com os olhos da alma

Amy Hildebrand nasceu cega mas recuperou parte da visão - vê algumas cores, formas e sombras - e tornou-se famosa como fotógrafa. Agora está quase a concluir o seu projeto 1000 Fotos em 1000 Dias.

Amy Hildebrand nasceu cega devido ao albinismo, um raro distúrbio hereditário no organismo que impede a produção de melanina. Mas recuperou parte da visão - vê algumas cores, formas e sombras -, tornou-se famosa como fotógrafa, e está quase a concluir o seu projeto 1000 Fotos em 1000 Dias, publicadas diariamente no seu blogue 'With Little Sound'.

Fonte: Expresso

Menina de quatro anos tem QI próximo de Einstein

Uma menina inglesa, de quatro anos, acaba de entrar para a prestigiada Mensa, uma organização que reúne as pessoas com os quocientes de inteligência (QI) mais elevados do mundo. Heidi Hankins entrou para a organização com um QI de 159, apenas um ponto abaixo de Albert Einstein e Stephen Hawking.

A pequena Heidi Hankins, da cidade de Winchester, aprendeu a ler sozinha e, quando tinha dois anos, já sabia contar até 40. Segundo disse o pai da menina à imprensa britânica, recentemente os pais ofereceram-lhe uma coleção de livros educativos da Oxford Reading Tree e a criança leu os 30 livros em cerca de uma hora. 

A destreza de Heidi com as palavras e os números chamou a atenção dos pais e da sua educadora de infância que resolveram testar o seu quociente de inteligência. O resultado foi de 159 pontos, apenas um ponto atrás de físicos como Stephen Hawking e Albert Einstein.

O teste de QI realizado por Heidi é especialmente desenhado para crianças da sua idade e abriu-lhe as portas da Mensa, uma sociedade para pessoas com QI elevado que reúne cerca de 100 mil membros no mundo inteiro. 

Citado pelos jornais britânicos, o pai da menina - professor na Universidade de Southampton - garante que além de escrever, ler e fazer contas, Heidi também adora brincar com bonecas e legos.

Normas relacionadas com as matrículas, distribuição dos alunos por escolas e agrupamentos, regime de funcionamento das escolas e constituição de turmas

Pela publicação do Despacho n.º 5106-A/2012, são definidas as normas relacionadas com as matrículas, distribuição dos alunos por escolas e agrupamentos, regime de funcionamento das escolas e constituição de turmas.

Entre outros aspetos, destaco os seguintes:

- Continua a ser dada prioridade na matrícula das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais em todos os níveis de educação e ensino;
- Mantém-se que as turmas que integrem crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente, e cujo programa educativo individual assim o determine, são constituídas por 20 alunos, no máximo, não podendo incluir mais de 2 alunos nestas condições (n.º 5.4);
- Na formação das turmas deve ser respeitada a heterogeneidade do público escolar, podendo, no entanto, o diretor perante situações pertinentes, e após ouvir o conselho pedagógico, atender a outros critérios que sejam determinantes para o sucesso escolar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Associação quer dois professores por sala para apoiar alunos com dificuldades

A presença simultânea de dois professores na sala em algumas aulas de turmas com alunos com mais dificuldades de aprendizagem é uma das propostas que uma associação de docentes do ensino especial vai apresentar, na quinta-feira, no Parlamento.
O método chama-se "co-ensino", é praticado nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha e tem mais sucesso do que recorrer a terapeutas para apoiar estudantes do ensino básico com dificuldades de aprendizagem, disse à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Docentes do Ensino Especial.

Outra vantagem da presença de dois professores numa sala, acrescentou David Rodrigues, é a redução "drástica da indisciplina" na sala de aulas.

Na reunião para que foi convocado pelo Grupo de Trabalho da Educação Especial da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, o dirigente irá defender que a equidade deve ser um dos objetivos para melhorar a qualidade da educação, e não apenas a excelência.

Na prática, a equidade traduz-se em aplicar diferentes modos de aprendizagem aos alunos com caraterísticas diferentes, de modo a que todos consigam ter o melhor aproveitamento escolar, explicou David Rodrigues à agência Lusa.

"Teoricamente, todos os alunos devem ter sucesso" e "um sistema de sucesso é o que leva todos os alunos ao seu limite de aprendizagem", defende o professor.

O acompanhamento dos alunos com dificuldades de aprendizagem deve ser contínuo, tal como aos professores que trabalham com eles e, para isso, são necessários terapeutas, psicólogos e docentes especializados, considera.

Apesar de em Portugal não haver dados sobre a percentagem de alunos que precisam de apoio suplementar para atingirem os objetivos académicos, David Rodrigues calcula que a média deva rondar os dez por cento, baseando-se em estudos realizados noutros países, nomeadamente um feito no País de Gales.

Em matéria de integração, acrescenta, Portugal apresenta das mais elevadas taxas de integração, já que 95 por cento dos alunos com deficiência estão integradas no sistema regular de ensino e não nas denominadas escolas especiais.

Esta realidade terá contribuído, reconhece David Rodrigues, para que o país tenha sido o escolhido para realizar um congresso mundial sobre educação especial, no final de julho de 2015, onde são aguardados cerca de 1.000 participantes na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

Fonte: Diário Digital/Lusa

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Autismo pode estar ligado a obesidade na gravidez

A obesidade durante a gravidez pode aumentar as probabilidades de a criança nascer com autismo, diz um estudo da Universidade da Califórnia, o primeiro publicado que estabelece uma relação entre a obesidade e o autismo infantil.
De acordo com o estudo, uma mulher que esteja obesa durante a gravidez tem mais 67 por cento de probabilidade de ter um filho autista do que as mulheres sem excesso de peso. As mulheres obesas enfrentam também o dobro do risco de terem filhos com outros tipos de atrasos no desenvolvimento mental. 

Em média, uma em cada 88 mulheres saudáveis pode ter um filho autista. Probabilidade que aumenta para uma em cada 53 quando se trata de mulheres obesas durante a gravidez.

Apesar de não provar que a obesidade é uma causa directa para o autismo, os autores asseguram que os resultados do presente estudo aumentam preocupações no seio da saúde infantil devido aos elevados níveis de obesidade nos EUA.

Fonte: Sol

Pais e investigadores dividem-se quanto à importância dos TPC

Em Portugal, pais, psicólogos e professores dividem-se: há os defensores dos trabalhos para casa (TPC) e há quem não veja vantagens em obrigar as crianças a fazê-los. 


Uns consideram-nos fundamentais para incutir hábitos de trabalho e autonomia no estudo, outros acham-nos excessivos, contraproducentes e até potenciadores de desigualdades entre as crianças na medida em que umas podem beneficiar da ajuda dos pais e outras não.

O debate reacendeu-se com o recente boicote de uma associação de pais franceses aos TPC. Alegam estes pais que são cansativos e, se a criança já aprendeu a matéria na escola, então mais vale ler um livro em casa. Se não aprendeu, não vai ser em casa que o vai fazer. Vai daí declararam uma greve de duas semanas aos deveres para casa. Dias depois uma associação espanhola de pais subscreveu a posição. Os trabalhos para casa estão proibidos em ambos os países para as crianças com idades compreendidas entre os seis e os 11 anos. Apesar disso, os professores franceses e espanhóis continuam a insistir nessa prática. 

Para o professor de Psicologia da Universidade do Minho e autor de livros sobre educação, Pedro Sales Rosário, os TPC têm uma função instrutiva e de promoção de autonomia: "As aulas são importantes, ensinar é importante, mas aprender é apropriarmo-nos dos conhecimentos. E essa apropriação é pessoal", sustenta, notando que tal acontece no estudo e nos TPC. E estes são um "termómetro": "Quando um aluno se empenha e não consegue fazer, leva as dúvidas para a aula. Existe um feedback do trabalho do aluno e do professor".

Pedro Santos, com uma filha de sete anos, questiona se ter os pais "à mão" não será "a pior das formas de promover a autonomia". Em casa vê o que a Mafalda sabe ou não fazer e ajuda "com dúvidas simples". "Não creio que caiba aos pais - não me cabe certamente a mim, que não tenho competências pedagógicas para tal - substituir o papel da professora".

Cultura de trabalho

Pedro Sales Rosário concorda que "os pais não têm de ser professores": "Pode explicar-se coisas mínimas, mas é melhor dizer-lhes para perguntar ao professor no dia seguinte do que dar-lhes a solução".

Importante é perceber "por que é que a criança não sabe fazer aqueles trabalhos de casa". "Não apanhou a matéria? Esteve desatento? A pensar em quê? Por que é que não perguntou à professora? É tímido?"

Luís Marinho, coordenador do projecto "Estudar dá Futuro" - iniciativa da associação de pais do Externato de Penafirme que se organizou para apoiar voluntariamente alunos no estudo -, não vê "drama" nos TPC. Pelo contrário: "Se tiverem desde cedo uma cultura de esforço e de trabalho, mais preparados vão estar para enfrentar a realidade".

Marinho considera que as desigualdades no nível cultural e económico das famílias não acabam com o fim dos TPC e não vê razões para "embaraços". "O pai até pode nem saber ler nem escrever, mas sabe se o filho está no Facebook ou com um livro nas mãos. Há um sinal de disciplina que os pais têm de passar", defende este pai, que tem uma filha no ensino básico e outra no 8.º ano.

Também a presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Maria José Viseu, entende que os TPC "obrigam as crianças a organizarem-se".

Ritmo de vida

Há porém a questão do tempo que as famílias têm para dedicar a estas tarefas. Pedro Sales Rosário admite que os pais chegam cansados a casa, mas insiste no esforço: "Também posso optar pela comida pré-feita, é mais rápida, estou sem tempo para cozinhar, mas depois os miúdos engordam. Também nos TPC há uma dieta de trabalho para que não tenham problemas depois".

Quem se revê na posição dos pais franceses é Eduardo Sá, professor universitário e psicólogo clínico especializado em psicologia infantil e juvenil: "É um levantamento muito bonito". Em 2005, Eduardo Sá foi um dos promotores do Sindicato das Crianças e uma das iniciativas foi precisamente uma greve aos TPC. Pretendia-se alertar para a importância do tempo para brincar. 

Eduardo Sá frisa que "mais escola não é obrigatoriamente melhor escola". "As crianças têm blocos de aulas de 90 minutos, muitas actividades extracurriculares. É penoso chegarem a casa e, entre o banho e o jantar, fazerem TPC. Exaustos, não vão aprender, mas desenvolver um ódio de estimação à escola". O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Albino Almeida, também questiona: "Se na sala de aula não conseguem consolidar os conhecimentos, se no estudo acompanhado não fazem os TPC, vão fazer em casa?". 

Apesar de não ter uma posição "fundamentalista", o coordenador do departamento de Psicologia Educacional do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, José Morgado, não simpatiza com os TPC. Sobretudo nas idades mais baixas, "o bom trabalho na escola" devia dispensá-los: "É uma questão de saúde e qualidade de vida", escreve no blogue Atenta Inquietude. Morgado distingue o Trabalho para Casa e o Trabalho em Casa: "O TPC é trabalho da escola feito em casa, o trabalho em casa será o que as crianças podem fazer em casa que, não sendo tarefas de natureza escolar, pode ser um bom contributo para as aprendizagens dos miúdos".

Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, garante que os professores são incentivados a não mandarem todos os TPC "em simultâneo" e a evitarem tarefas que os alunos "não consigam fazer sozinhos e que possam potenciar as desigualdades".

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Leitura dos enunciados de provas de aferição e de provas finais de ciclo do ensino básico para alunos com necessidades educativas especiais

"O Júri Nacional de Exames acaba de emitir a Mensagem n.º 6/JNE/2012 relativa à leitura dos enunciados de provas de aferição e de provas finais de ciclo do ensino básico para alunos com necessidades educativas.

Reforça a ideia de que os alunos com necessidades educativas especiais só excecionalmente devem realizar as provas de avaliação externa em sala à parte, separados dos restantes examinandos, para lhes ser aplicada a condição especial (leitura de prova) e indica os potenciais destinatários desta medida, designadamente: os alunos cegos que cegaram recentemente e ainda não dominam com fluência a leitura braille, os alunos com baixa visão que têm muita dificuldade em ler texto ampliado no computador ou com limitações motoras severas muito incapacitantes que se traduzem em grande morosidade na leitura dos enunciados; os alunos com limitações severas do domínio cognitivo que necessitam de assistência e orientação por parte de um dos professores aplicadores/vigilantes. Por outro lado, impossibilita a aplicação desta medida aos alunos disléxicos.

Nos casos excecionais, em que a leitura de prova vier a ser homologada, deve o Diretor da escola ter em consideração que:

1- A leitura dos enunciados das provas tem de ser efetuada individualmente a cada aluno por um dos professores vigilantes que não lecione a disciplina em avaliação;

2- Nunca, em caso algum, pode ser permitido que um docente efetue a leitura da prova, em voz alta, para o conjunto de alunos da sala;

3- Esta medida só pode ser aplicada se constar do programa educativo individual do aluno e que dela tenha usufruído na avaliação sumativa interna ao longo da sua escolaridade.

Parece-me descabido que haja tanta preocupação em regulamentar e normalizar as situações, esquecendo-se que, por natureza, cada aluno com necessidades educativas especiais é atendido de acordo com a sua singularidade. Logo, desde que as medidas e as estratégias estejam definidas e adequadas ao perfil de funcionalidade, devem ser aplicadas. Trata-se de um paradoxo definir e aplicar um conjunto de medidas e estratégias ao longo do ano letivo quando são liminarmente postas de parte no momento da realização das provas de aferição ou das provas de exame. 
Esta crítica aplica-se, também, à situação dos alunos disléxicos. Sendo a dislexia uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurológica, caracterizada por dificuldades ao nível da leitura, repercute-se diretamente ao nível da leitura compreensiva. Logo, ao impossibilitar a leitura dos enunciados, prática corrente nestes casos, prejudica-se a criança ou do jovem, expondo-o ao mais que provável insucesso.
O JNE tem assumido uma atitude clara de normalização das situações e dos procedimentos a adotar na realização das provas de aferição e de exame dos alunos com necessidades educativas especiais sem ponderar as suas especificidade, impondo limitação das medidas educativas que roçam a violação dos normativos."

Fonte: Incluso

Loulé assinalou Dia Mundial da Consciencialização do Autismo


A Câmara Municipal de Loulé aderiu à iniciativa «Light It Up Blue» que se assinalou na passada segunda-feira, no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, visando sensibilizar a população para esta perturbação.

Assim, à semelhança do que aconteceu em inúmeros monumentos, por todo o mundo, em especial nos principais edifícios das grandes capitais, Loulé teve o Monumento ao Engº Duarte Pacheco iluminado com a cor azul.

Este movimento consistiu na iluminação em azul de vários monumentos no mundo inteiro (Empire State Building, Cataratas do Niagara, entre outros) com o objetivo de sensibilizar toda a população para o tema do autismo, uma perturbação que está cada vez mais em foco por todo mundo mais consciente e mais informado.

Esta iniciativa (http://www.lightitupblue.org) foi promovida pela Associação Vencer Autismo, cuja meta passa por ajudar pais e crianças autistas, fornecendo informação, meios e apoio terapêutico e psicológico a todos aqueles que direta ou indiretamente convivem com pessoas portadoras da disfunção.

Fonte: DiáriOnline Algarve

Desporto Adaptado

Aliadas as minhas duas áreas, gostaria imenso de estar presente. Preciso de companhia!!

CONVITE

“WORKSHOP´S “DESPORTO ADAPTADO” - 2ª EDIÇÃO

A Associação Portuguesa de Deficientes, em parceria com a Faculdade de Motricidade Humana, vai realizar no dia 28 de Abril, no pavilhão da Faculdade de Motricidade Humana, o Workshop’s “Desporto Adaptado” – 2ª Edição

Programa - Workshop's Desporto Adaptado



Titulo: Workshop's - Desporto Adaptado - 2ª Edição

Quando: 28.04.2012 09.30 h


Mais informações em APD.


Inquérito revela que 15,7% dos alunos já foram vítimas de ciberbullying

O docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) João Amado considerou hoje que “ainda há muito a fazer” junto dos professores, mas sobretudo dos pais, sobre a problemática do ciberbullying. 
“Julgamos que há ainda muito a fazer junto dos professores, mas sobretudo junto dos pais. Os professores começam, aos poucos, a ser sensíveis a estas problemáticas, penso que o grande trabalho é chegar à comunidade em geral e, muito em especial, às famílias”, afirmou, à margem da apresentação dos primeiros resultados do estudo Cyberbulliyng – um diagnóstico da situação em Portugal, que decorreu hoje no auditório da FPCEUC. 

Na sua perspectiva, em Portugal verifica-se “um atraso em acções e iniciativas dirigidas aos pais”, comparando com o que acontece noutros países. 

“É uma das áreas onde é preciso fazer alguma coisa”, frisou João Amado, coordenador do estudo. 

Apresentado numa conferência internacional sobre o desenvolvimento profissional dos formadores de professores, que decorre até amanhã, o estudo abrangeu, numa primeira fase, 339 alunos dos 6.º, 8.º e 11.º anos de escolas das regiões de Lisboa e Coimbra – explicou Armanda Matos, uma das docentes envolvidas no projecto. 

Segundo estes primeiros dados, 15,7% dos inquiridos dizem já ter sido vítimas deciberbullying e 9,4% admitiram ter sido agressores, usando tecnologias de informação e comunicação para agredir os colegas. 

De acordo com a professora universitária, os meios mais utilizados foram a mensagem instantânea, o SMS (através de telemóvel e Internet) e as redes sociais (com destaque para o Hi5 e Facebook). 

O projecto, envolvendo as universidades de Coimbra (UC) e Lisboa e contando com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, abrangeu também “uma pequena amostra” de 261 alunos das faculdades de Psicologia das duas instituições. 

Treze por cento dos estudantes universitários inquiridos dizem que foram vítimas, um por cento foram agressores e 88% foram testemunhas de ciberbullying – revelou a docente Teresa Pessoa, explicando que a maioria dos problemas relatados se situam na adolescência, sobretudo no ensino secundário. 

Na perspectiva de Armanda Matos, a preparação dos professores “é essencial”, devendo orientar-se sobretudo para a prevenção e para a intervenção e também para intervir na comunidade educativa na formação de alunos e de pais. 

O estudo foi apresentado numa sessão intitulada “Do bullying ao cyberbullying: investigação e intervenção”, que compreendeu a análise da “dimensão desta nova forma de violência em Portugal, as diferentes facetas que o fenómeno apresenta e as estratégias para os responsáveis educativos lidarem com a situação”, refere a nota de imprensa sobre o evento. 

O encontro científico (4th Winter Conference of the Association for Teacher Education in Europe - ATEE) a decorrer em Coimbra é uma organização conjunta da Universidade de Coimbra e do “MOFET Institute de Tel Aviv (Israel, reunindo investigadores de 31 países).

Fonte: Público

domingo, 1 de abril de 2012

Português cria sistema de localização "low-cost"

Um investigador português desenvolveu um sistema de localização de baixo custo que pode ser aplicado a pessoas, bens e animais. Luís Figueiredo, docente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e coordenador do projeto Magic Tracking, explica que o dispositivo foi criado a pensar, especialmente, "em pessoas que sofrem de Alzheimer, que facilmente perdem o sentido de orientação, deixam de conhecer os locais onde estão e se perdem".

O Magic Tracking é, portanto, um dispositivo "de localização para pessoas ou bens que utiliza o sistema global de posicionamento através de satélite, mais conhecido por GPS", conta o seu criador à agência Lusa. Segundo Luís Figueiredo, o sistema "funciona como um relógio" e permite, por exemplo, aos familiares, detetar o paradeiro das pessoas desaparecidas, visualizando a sua localização no computador, através do Google Earth. 

Apesar de ter a ideia inicial ser destinada à localização de familiares, Luís Figueiredo acredita que o dispositivo poderá ter também grande utilidade para instituições que cuidam de idosos e estão preocupadas com a segurança dos utentes. Através da aplicação daquele sistema durante saídas e passeios, por exemplo, os vigilantes saberiam "sempre onde é que estava cada uma das pessoas".

De acordo com o coordenador, o Magic Tracking tem ainda potencialidade para, no futuro, ajudar caçadores a evitar o extravio de cães durante as caçadas. "Com um dispositivo destes acoplado à coleira do cão, facilmente podem recuperar o animal e isto sempre a custos extremamente reduzidos", observa.

Na verdade, é o preço a maior vantagem deste equipamento. Embora, admite Luís Figueiredo, o sistema não seja "uma novidade", distingue-se pelos "preços" e pelas "funcionalidades", permitindo proteger familiares, amigos, animais, automóveis e outros bens com custos anuais "extremamente baixos". 

O responsável adianta que os equipamentos são comercializados pela empresa MagicKey, sediada no IPG, a preços que variam entre 100 e 150 euros. A companhia disponibiliza muitas outras aplicações, como a MagicEye ou a MagicWheelChair, todas destinadas a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com deficiência.

A Lição do Silêncio

Desde o ano letivo 2004/2005, ano do meu estágio na minha formação de base - Educação Física, que recebo a Newsletter do Lerparaver, isto porque esse ano foi um ano de muita aprendizagem e nela incluo a experiência (que não tinha, nem de longe) de ter um aluno invisual numa aula de Educação Física. Um miúdo muito persistente, ambicioso e, acima de tudo, lutador. E provavelmente, a ele devo o rumo que tomei no ensino.

Hoje, ao receber essa Newsletter, resolvi clicar e fiquei encantada com algumas das lições de vida que por ali são contadas.

Quero partilhar convosco um poema "Lição do Silêncio", de um rapaz surdocego, Marco Poeta.

Sozinho eu queria caminhar com o auxílio da bengala branca,
Mas ouço mal e acabo inseguro no passeio,
Sem saber quando posso atravessar a rua parado no meio…
Custa-me saber quando o carro pára ou avança…

Ai, se eu pudesse voar desta maldita gaiola dourada!
Não sou feliz preso e dependente dos outros para tudo…
Pior do que ser cego é ser surdo!
Muito do essencial me escapa e me deixa a alma destroçada…

Foi uma alegria sem igual
Todo o amor e esforço da minha família
Para eu voltar a ouvir com uma biónica cóclea
A doce maravilha do som que transformou o meu visual!

Ah, que emoção sem comparação vibrando no meu coração!
Muito amo a minha família que me apoia nos maus momentos.
Sem ela não se mitigavam os meus tormentos,
E a surdez era a mais execrável solidão, uma desolação!

Apesar desta felicidade imensa,
Continuo a ter muitas dificuldades em ouvir…
O caminho que tanto desejo por mim descobrir
Está cheio de obstáculos como a floresta densa…

E fico preso aos outros contra minha vontade…
Juro que não consigo ir sozinho onde gostava de ir.
Mesmo que os ame, livre gostava de ir…
No mundo não há nada mais sagrado do que a liberdade!

Liberdade para ser feliz.
Liberdade como fazes falta!
Oh, liberdade! Até o Poeta te exalta!
Liberdade de locomoção é o que sempre quis…

É a febre de quem se sente preso,
Pois que nado para voar fui feito
Assim o defendo como um natural e básico direito.
Mas como sou surdocego é apenas um desejo…

Seria uma realidade se eu não fosse surdo,
Os meus ouvidos seriam os meus olhos
E não teria estes chatos abrolhos.
O cego ouve, o surdo vê e o surdocego tem de tocar tudo.

Assim é a minha vida.
Com a urgência de tocar e de sentir.
E imagino o que está longe do meu sentir
É o sonho de uma imagem há muito perdida.

Muitas pessoas não falavam comigo por receio,
Pois eu não as ouvia e tinham de me escrever na mão.
Agora ouço-as e é possível mantermos uma conversação.
Mas quando são várias pessoas de ruído fico cheio…

O emprego para o surdocego é mais difícil que para o cego
Que pode ter um cão-guia e uma audição apurada,
Essa serve-lhe de orientação e de escada.
Feliz dele que pode o que não pode o surdocego…

Ouvir é o que tanta falta me faz…
Esbarro muitas vezes com a inacessibilidade,
Mas com o Braille e a tecnologia consigo alguma igualdade
E de muitas coisas já sou capaz!

Mas é pena não poder ter mais…
E se parasse de cismar na desgraça?
E se me deleitasse com o buliço da praça?
A vida é feita de subtilezas que os alegres valorizam como especiais!