terça-feira, 29 de maio de 2012

Criança hiperactiva regressou às aulas em Viana do Castelo


Seis dias depois de ter sido afastado da escola, o menino de seis anos que na quarta-feira passada foi impedido, pelo agrupamento de escolas do Atlântico, de frequentar as aulas, alegadamente devido ao seu comportamento hiperactivo, regressou, ontem, à escola primária da Avenida, em Viana do Castelo. 

A direcção do agrupamento concluiu que o seu comportamento "estabilizou" devido à alteração da medicação decidida pela equipa médica que o acompanha desde Setembro passado. No entanto, o regresso será "parcial", uma vez que a criança, ao contrário do que acontecia até agora, vai passar a almoçar em casa, de forma a evitar o "período de maior agitação" que se regista habitualmente nas cantinas escolares e que foi identificado como sendo "uma fonte de perturbação".

A decisão de fazer regressar a criança às aulas e ao convívio dos colegas foi tomada numa reunião, realizada sexta-feira passada, que sentou à mesma mesa os avós, que assumiram a tutela do menino desde o primeiro ano de vida, a direcção da escola e a pedopsiquiatra do Hospital de Viana que segue o menino desde o início do ano lectivo. 

Fonte da direcção do agrupamento explicou que a decisão de interromper as refeições na cantina da escola foi sugerida pelos encarregados de educação e recolheu o apoio de todos os intervenientes no encontro. "Tem a ver com o processo de integração que é necessário assegurar", disse ainda a fonte.

Apesar do acordo alcançado, a escola reconheceu que nesta altura o acompanhamento da criança vai ser "limitado", uma vez que a professora do ensino especial se encontra de baixa médica. "Temos um problema de recursos, o que faz com que tenhamos de reformular a estratégia", acrescentou a mesma fonte. 

Depois de ter deixado a criança na escola, Vítor Araújo, avô, afirmou aos jornalistas que faltou "diálogo neste processo para evitar que a situação chegasse a este ponto". "É preciso proteger o meu neto. É uma criança de seis anos, não é nenhum bicho. Já basta o que ele tem passado. Nós esforçamo-nos para que ele tenha uma vida melhor", afirmou. No regresso às aulas, o menino prometeu ao avô que ia portar-se melhor. "Ele gosta de vir à escola."

A situação e os alegados conflitos gerados pela criança, na turma do primeiro ano, são conhecidos desde Setembro. A alegada violência exercida sobre alguns colegas, professores e auxiliares veio a público em Novembro quando os encarregados de educação de 15 das 20 crianças da sala decidiram impedir os filhos de frequentar as aulas. Consideravam não estarem reunidas "condições de segurança" para o efeito. A maioria acabaria mesmo por optar pela transferência de estabelecimento de ensino.

No passado dia 18 tudo se voltou a complicar na sequência de uma crise de hiperactividade que conduziu à suspensão da criança.

Fonte: Público

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