segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cafeína é benéfica para a hiperatividade nas crianças

Conclusão é de um estudo realizado por investigadores da Universidade de Coimbra

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Coimbra concluiu que a cafeína é benéfica para tratar a hiperatividade das crianças. 

A administração de cafeína em doses equivalentes a três ou quatro chávenas de café por dia «controla o défice de atenção e hiperatividade, sem causar efeitos secundários», refere a Universidade em nota divulgada esta segunda-feira a propósito do estudo.

Atualmente a hiperatividade é controlada com a ritalina, fármaco derivado da anfetamina, que tem como um dos efeitos secundários a dependência.

«O que aqui se coloca não é dar café às crianças mas poder medicá-las com cafeína e identificar como ela atua» no cérebro, frisou o coordenador da investigação Rodrigo Cunha. 

Para este investigador, «é seguro afirmar que o consumo de café é benéfico em crianças e adolescentes, mas a clínica deve obedecer a todo um protocolo».

Os resultados obtidos carecem «de ensaios clínicos e, por isso, não devemos, ainda, recomendar aos cuidadores de crianças hiperativas a inserção de café na sua dieta», frisou o também docente da Universidade de Medicina.

A investigação, desenvolvida ao longo dos últimos três anos, demonstra que a cafeína «restabelece a função da dopamina enquanto neurotransmissor do cérebro (com um papel muito importante no comportamento e cognição)» e permite evidenciar «modificações que ocorrem no cérebro em situações de défice de atenção e hiperatividade».

A inovação do estudo desenvolvido pela equipa da UC e Centro de Neurociências de Coimbra está, segundo Rodrigo Cunha, «no uso da cafeína em modelos animais para tratar do défice de atenção, o que abre caminho para se confirmar se a sua administração no homem causa menores riscos que a anfetamina e, a partir daí, desenvolver um novo fármaco».

O estudo vai agora centrar-se no desenvolvimento de químicos semelhantes à cafeína, a serem validados em animais, disse o investigador, que procura financiamento fora do país.

«Estou neste momento a escrever uma proposta, a solicitar novo financiamento, mais uma vez aos Estados Unidos (National Institute of Health, que financiou o estudo pré-clínico)», disse o investigador, que viu o projeto ser recusado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Na Europa, sete por cento das crianças estão medicadas devido a défice de atenção e hiperatividade e estima-se que nos Estados Unidos sejam 20 por cento.

Esta patologia surge por volta dos nove anos de idade, segundo explicou o investigfador, e «atinge o pico» de modificação de comportamento, que afeta o dia a dia da criança no seu desempenho escolar e interação social, aos 13/14 anos, idade a partir da qual surge o «perfil claramente patológico».

Fonte: TVI 24

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