quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Prendinhas de Natal...

A crise anda por aí e as verbas para passeios estão a escassear. Os pais dos nossos meninos NEE também sentem a crise... então resolvemos dar a volta a este problema!! Como? Ora, criando pequenos presentes de Natal para vender... preços simbólicos claro!!! E assim no final do ano letivo pode ser que consigamos passear!!

Aproveito para partilhar uma das ideias... uma vez que os materiais também custam dinheiro... toca a reciclar!!!

Presente: Porta-moedas

Material: Pacotes de Leite, cola, revistas, restos de tecidos, velcro, tesoura, agrafador...

Fase 1: Cortar o pacote de leite.

Fase 2: Forrar o pacote de leite com papel de revistas, tecidos, qualquer coisa que fiquei bem... dê largas à imaginação.

Fase 3: Dobrar o pacote de Leite (ainda não está forrado na foto, mas deveria estar) .

Fase 4: Agrafar as duas partes medianas do pacote (ali onde estou a segurar).

Fase 5: Colocar o felcro na zona do fecho. Poderá também ser usado um botão, um elástico...

PRONTO :) Fácil e rápido!! 

Algumas das nossas "obras de Arte"...




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um novo interesse :) Um novo desafio :)

« É impossível para aqueles que não conhecem a língua gestual perceberem a sua importância para os Surdos, a sua enorme influência sobre a felicidade moral e social dos que são privados da audição e a sua maravilhosa capacidade de levar o pensamento a intelectos que de outra forma ficariam em perpétua escuridão. Enquanto houver dois Surdos no mundo e eles se encontrarem, haverá o uso da língua gestual.»
J.Schuylerhong

Discoteca para surdos em Espanha

Discoteca madrilena tem colunas viradas para a pista e telas com vídeos de tradutores para linguagem gestual a interpretar as músicas.

Na semana passada, mais de cem pessoas marcaram presença na inauguração da Equal Friendly, primeira discoteca adaptada para surdos em Espanha.

Nesta discoteca de Madrid, surdos e pessoas sem problemas auditivos estão em igualdade. Para os surdos, a música pode sentir-se através das suas vibrações devido às colunas de som, que, como informa o "El Mundo", dirigem os sons graves diretamente para a pista de dança, potenciando a sua perceção.

Para além das vibrações, um tradutor de linguagem gestual interpreta a letra de cada música nas mais de dez telas que rodeiam a pista. Esta tradução contribui para a total adaptação dos surdos ao ambiente.

Até a iluminação da Equal Friendly está pensada para que os surdos possam utilizar a linguagem gestual e comunicar-se sem qualquer problema.

Eugénio, que tem 28 anos e é surdo, explicou as diferenças entre esta e as outras discotecas. "Sinto-me muito diferente do que em qualquer outra discoteca. Aqui as luzes permitem a utilização da linguagem gestual e quando olho para as telas sinto-me identificado com a pessoa que utiliza linguagem gestual", explicou.

Fonte: Expresso



sábado, 10 de dezembro de 2011

Dia internacional da pessoa com deficiência - 3 dezembro

Deixei passar esta data aqui no Blog, por isso, aqui fica um vídeo selecionado e adaptado pela professora de ensino especial Eliana Silva, Escola Secundária Dr. Jorge Correia - Tavira.

«Somos iguais, somos diferentes», para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Isenção de Taxas Moderadoras


Foi publicado o Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de Novembro, que regula o acesso às prestações do Serviço Nacional de Saúde por parte dos utentes no que respeita ao regime das taxas moderadoras e à aplicação de regimes especiais de benefícios, tendo por base a definição das situações determinantes de isenção de pagamento ou comparticipação, como situações clínicas relevantes de maior risco de saúde ou situações de insuficiência económica.
Nos termos do referido diploma, estão isentos do pagamento de taxas moderadoras, entre outros, os utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
Fonte: INR

Hiperatividade: que podem fazer os pais? por Adriana Campos

Tal como todas as outras, estas crianças precisam de regras, que devem ser simples, claras e curtas.

O tema Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) foi abordado nesta rubrica, nos artigos "A polémica ritalina" e "Geração ritalina". A sua leitura poderá, de alguma forma, completar o que irei referir de seguida.

A minha experiência profissional tem-me sensibilizado bastante para a difícil missão que os pais têm de enfrentar ao conviverem diariamente com um filho permanentemente "ligado à corrente". Uma criança hiperativa não é uma criança com temperamento difícil ou com um comportamento mais irrequieto, mas sim um ser humano que apresenta uma constelação de problemas relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, manifestando-se estes em diferentes contextos e de uma forma prolongada no tempo.

A intervenção junto destas crianças deve implicar a colaboração estreita entre pais, professores, pediatra, médico de família, psicólogo e, eventualmente, neurologista. A criança deverá também ser uma participante ativa no seu tratamento, devendo ser informada de todo o processo que a envolve.

Os pais têm efetivamente um papel muito importante em todo o processo de tratamento, pois crianças com esta perturbação exigem a modificação do funcionamento familiar, de forma a poder responder às suas necessidades de acompanhamento, que são muito particulares. Tal como todas as outras, estas crianças precisam de regras, que devem ser simples, claras e curtas. Além do estabelecimento de regras, deve ser explicitado, de forma muito clara, o que acontecerá como consequência do seu cumprimento ou transgressão. A transgressão deve ser acompanhada de uma penalização, que deverá ser justa, rápida e consistente. A recompensa é também muito importante e deverá ser atribuída regularmente por qualquer comportamento que seja ajustado. Não nos podemos esquecer de que estas crianças são alvo de muitas críticas negativas e, por isso, é fundamental serem elogiadas pelas pequenas coisas que, ao longo do seu dia a dia, façam corretamente. Mesmo que a criança seja apenas parcialmente eficaz, isso deve ser reconhecido com apoio e elogios.

A existência de rotinas estruturadas facilita também o melhor desempenho da criança. Por esta razão, os pais deverão fazer um registo escrito, ao qual a criança tenha acesso, com as horas para acordar, comer, brincar, fazer os trabalhos de casa e todas as outras tarefas que ela terá necessariamente de realizar. A modificação da rotina deverá ser comunicada à criança com antecedência, de forma que esta se possa adaptar.

Um aspeto que é importante sublinhar é que estas crianças necessitam de uma maior vigilância relativamente às outras, uma vez que, devido à sua impulsividade, se colocam muitas vezes em situações de risco. A criança deve, por isso, ser vigiada por adultos durante todo o dia e os pais deverão certificar-se de que tal acontece.

Para mais informações sobre esta temática existem sites na Internet onde é possível obter, para além de mais dados, ajuda e, eventualmente, entrar em contacto com pais que estejam a viver situações familiares semelhantes. Um desses sites é: ddah.planetaclix.pt.

Para terminar, gostaria de sublinhar que, quando a criança é alvo de uma intervenção multidisciplinar na sequência de uma identificação precoce do problema, e de um tratamento adequado, aumentam as probabilidades de ela demonstrar as suas potencialidades e de se tornar futuramente num adulto ajustado.

Fonte: Educare

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Açores aplicam multas a pais de estudantes problemáticos

Os pais dos estudantes das escolas do básico e secundário dos Açores podem vir a pagar multas, caso os seus filhos faltem às aulas ou se envolvam em casos de indisciplina. As famílias que não cumpram o pagamento destas contra-ordenações podem mesmo perder direito aos apoios da acção social. Estas medidas fazem parte do novo estatuto do aluno na região autónoma, que ontem foi publicado em Diário da República.

O decreto que regula o estatuto do aluno dos ensinos básico e secundário nos Açores estabelece contra-ordenações que podem ir dos 20 aos 300 euros. Estas multas podem ser aplicadas aos pais que não compareçam à escolas quando os seus filhos atinjam o limite de faltas ou que não se responsabilizem pela pontualidade dos estudantes. O não cumprimento de tarefas escolares e a existência de problemas disciplinares são também elencados no documento como motivo para aplicação de coimas aos encarregados de educação.

Os pais devem “responsabilizar-se activamente pelos deveres de assiduidade e de disciplina dos seus educandos”, lê-se no decreto legislativo, que determina que o produto das coimas aplicadas deve reverter para o fundo escolar da unidade orgânica em que os alunos estejam inscritos.

Em caso de não pagamento das multas definidas no novo estatuto do aluno dos Açores, há outras sanções para as famílias. Os pais que beneficiam dos regimes da acção social escolar e do transporte escolar podem ficar sem esse apoio. No caso das famílias que não tenham direito a bolsas de estudo, a coima pode duplicar de valor em caso de incumprimento.

O documento foi aprovado por maioria no parlamento regional em Outubro, com os votos do PS, PSD e CDS-PP. BE, PCP e PPM votaram contra. Na altura a Confederação Nacional das Associações de Pais tinha antecipado que a proposta açoriana serviria de bitola para o documento que está a ser preparado para o continente.

Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Educação e Ciência não comenta essa possibilidade. O Governo mantém a previsão da apresentação de um novo estatuto até à Primavera, com o objectivo de permitir a sua entrada em vigor no próximo ano lectivo.

Fonte: Público

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paula Teixeira recebe Galardão da Inclusão

Paula Teixeira irá receber, no próximo dia 3 de Dezembro, o Galardão da Inclusão na categoria Cultura Desporto e Lazer, de forma a distinguir o trabalho realizado ao longo da sua carreira.

A “II Gala da Inclusão”, será uma vez mais organizada pela Câmara Municipal de Leiria, com o intuito de Comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Paula Teixeira é conhecida do público como cantora e há muitos anos que tem desenvolvido um trabalho em paralelo como intérprete de língua gestual. Sempre que pode, apoia iniciativas ligadas a solidariedade e inclusão social, sendo inclusive madrinha da APADP (Associacão de Pais e Amigos de Deficientes Profundos).

Desde 2005 que Paula Teixeira desenvolve o projecto “Som & Silêncio”, um projecto multigeracional que alia os dois mundos da sua carreira – a música e a ausência de sons.

Este projecto consiste num concerto acústico, mas muito pedagógico, onde Paula Teixeira apresenta os seus temas musicais a crianças, jovens e adultos, convidando-os a viajar por estes dois mundos aparentemente opostos, numa comunhão entre a Música e a Língua Gestual Portuguesa.

O público é levado a descobrir novos horizontes de aprendizagem e partilha, dando um novo significado à palavra Comunicação. O espectáculo tem viajado por todo o país com grande receptividade, cumprindo os objectivos propostos – a constituição para a consciencialização e educação social de crianças, jovens e adultos.

O Som & Silêncio nasceu essencialmente para ser promotor da educação inclusiva, usando como ferramenta a mais universal de todas as linguagens – a música.

Paula Teixeira está obviamente orgulhosa por este Galardão, que irá receber já no próximo dia 3 de Dezembro, pelas 21h no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.

Fonte: Destak.pt

Pais em Rede é um projecto pioneiro

Pais em Rede é um projecto pioneiro, um movimento cívico, que pretende transformar as mentalidades e melhorar as vidas das pessoas com deficiência e suas famílias. 

Para festejar os 30 anos da mais nova dos seus sete filhos, Luisa Beltrão organizou um jantar com 200 convidados. Este jantar foi especial, porque a aniversariante pertence àquele número de um em cada dez portugueses que tem deficiência mental, sensorial ou motora, causada por doença ou acidente, ou de um em cada oito portugueses discriminado por ser deficiente, mais do que por motivos racismo, idade ou orientação sexual. A família inteira envolveu-se na festa, e a aniversariante foi protagonista, integrada nas regras de convívio da sociedade em que vivemos.

Em simultâneo, ganha entre nós maior expressão o Pais Em Rede, o movimento nacional que envolve a sociedade portuguesa em todas as regiões do país, na causa da integração das famílias com especiais necessidades de ajuda, apoio e solidariedade. Em www.pais-em-rede.com, a saúde, a educação, a profissão, o presente e o futuro aparecem, como áreas de intervenção. Em Portugal existem mais de mil instituições, associações, estruturas de apoio públicas ou privadas dedicadas a estes cidadãos. Mas que raramente conseguem resolver as suas carências, ajudá-los no acesso à educação e à habitação, integrá-los plenamente na sociedade. Luisa Beltrão entrou a fundo na luta pelo projecto que hoje é realidade. A fazer-nos pensar.

Como nasceu o Pais em Rede?
A ideia anda no ar com muita força, tem a ver com a sociedade inteira. Não pode haver integração social das pessoas com deficiência sem que os pais e a família tenham um apoio. O projecto surgiu num almoço que a Dr.ª Maria Cavaco Silva deu em Maio de 2008. E o Pais em Rede foi criado em Dezembro desse ano por 15 pessoas, todas com filhos portadores de deficiência. É uma rede nacional organizada em núcleos. Já há dez dos 20 núcleos distritais que temos a intenção de formar, e há núcleos locais, formados para estar perto das pessoas.

Como se chega ao sucesso de um movimento desta natureza em Portugal?
Temos tido o entusiasmo e a colaboração do Poder Local e das Universidades, do Ministério da Saúde e da Dr.ª Maria Cavaco Silva, que nos deu o seu patrocínio. Mas é importante a mudança de mentalidades, é essencial entender-se a inclusão das pessoas com deficiência, um conceito novo segundo a ONU, ratificado pelo Estado português em Dezembro de 2008. Segundo este conceito, há a deficiência da sociedade e a deficiência da pessoa. A pessoa pode ter uma deficiência, mas a própria sociedade é deficiente se não integrar as deficientes. Em quase todos os países se pratica o conceito de inclusão. Em Portugal, apesar da legislação ser óptima, o conceito não é cumprido e a situação é muito grave.

Quantos são os portadores de deficiência portugueses?
Não há números fidedignos, os próprios levantamentos são mal feitos.

Não há apoios?
Não há, porque os apoios são pontuais, numa fase de vida ou numa terapia ou doença ou cuidados médicos. Não há um acompanhamento constante. A não ser dos pais.

É aí que se aplica o novo conceito de parents empowerment?
Sim. Não há tradução portuguesa para a expressão, que significa os pais assumirem a gestão do processo de inclusão dos filhos. O que cria um trabalho de equipa com os técnicos, os terapeutas, os médicos, os professores. Ao nascer, uma criança com problemas precisa de ter cuidados especiais porque nasceu diferente, os pais têm de ter capacidades específicas para os educarem, tratarem e viverem essa condição existencial.

O que está a ser feito?
Para criar “oficinas de pais” capazes de os capacitar e fortalecer e formar, criou-se um projecto de parceria com o Alto Comissariado para a Saúde, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) e mais seis universidades. Já houve uma oficina experimental em Maio e Junho deste ano com 23 pais de todo o país e nove formadores qualificados, quase todos professores universitários, que trabalharam para criar o modelo adequado de formação. Isto foi pioneiro.

Em Novembro houve um Colóquio na Fundação Calouste Gulbenkian.
“A Força dos Pais” foi o título do I Colóquio Internacional, inteiramente realizado por pais. E em 3 de Dezembro celebrámos o Dia Internacional da Deficiência. “Dar Voz aos Pais” é a palavra de ordem para este exercício de cidadania.

Têm andado milhares de quilómetros, de norte a sul do país para defender esta causa. Qual é o seu sentimento?
Tudo o que aprendi na vida está a ser usado com frutos que germinam na sociedade e isto é uma progressão geométrica.

Rodrigo nasceu 20 de Março de 2008, por cesariana. Aos três dias de vida foi internado por sépsis neo-natal, com febre, vómitos persistentes, perda de apetite, hipotonia e fraco contacto visual. Às três semanas teve alta, às cinco semanas foi operado a uma estenose hipertrófica do piloro e aos três meses, ao coração. A uma semana em coma induzido, por colapso do pulmão, seguiu-se nova cirurgia ao estômago. Aos nove meses era alimentado gota a gota, tem tido internamentos sucessivos, hoje continua a alimentar-se por máquina, não anda, não fala e tem dificuldades cognitivas. No entanto, é uma criança expressiva, carinhosa, bem disposta, feliz.

Guilherme, 9 anos. Aos três anos, por não falar, os pais levaram-no a uma consulta de desenvolvimento no Hospital D. Estefânia, onde lhe foi diagnosticado autismo. Seguiram-se mais duas avaliações, a segunda na Unidade de Primeira Infância da Estefânia ou UPI. O Guilherme tem um enorme défice de comunicação e de relação, e só agora, aos 9 anos, conseguiu pela primeira vez verbalizar a sua vontade de não querer um alimento. O Guilherme lê e escreve e tem capacidade para o cálculo e para a música, é afectuoso.

Para ler mais aqui.

Fonte: Máxima

Alunos sobredotados são ignorados nas escolas e vivem à margem da lei

É caso único na Europa. Congresso alerta para o desperdício de talento que, sem apoio, será formatado pelas escolas até à normalidade.

Quantos alunos sobredotados estão nas escolas portuguesas é um cálculo que só se faz por aproximação. Os professores não ouvem falar deles durante a sua formação, o ensino não consegue identificá-los e, no plano legal, nem sequer têm direito a existir. “Não há um decreto. Portugal é, aliás, caso único na Europa”, conta Cristina Palhares, da Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS), que promove hoje em Braga o segundo dia do congresso internacional “Sobredotação e Talento – Atenção da Escola à Diversidade”.

Ao não haver “suporte legal”, não há também maneira de promover formação, desenvolver currículos adaptados ou direccionar os recursos das escolas para apoiar esta população. Saber quantas crianças sobredotadas vivem em Portugal não tem uma resposta directa. Estima-se que sejam 3% a 5% da população mundial: “Num universo de mil alunos de uma escola, serão 50 crianças, mas não estão minimamente identificadas.”

Lá fora é diferente e o congresso da ANEIS trouxe dois exemplos que poderiam ser adoptados nas escolas portuguesas. Brasil e Espanha têm estas crianças inseridas no grupo de alunos com necessidades educativas especiais: “Estes meninos são acompanhados pelos mesmos professores que apoiam as crianças com deficiências.” Isto faz todo o sentido, defende Cristina Palhares. Por serem diferentes da norma, precisam de atendimento especializado.

Falta de legislação e incapacidade das escolas de sinalizar crianças sobredotadas têm consequências, embora seja difícil algum dia virmos a saber quanto talento o país desperdiça. Como tudo na vida, a inclusão tem um reverso, avisa a secretária da direcção da ANEIS. E se, para o caso das crianças deficientes, estar nas mesmas turmas que outros colegas contribui por si só para subir o seu desenvolvimento, o mesmo não acontece com os sobredotados. “Se não existir um atendimento diferenciado, a escola vai formatando a criança até a normalização.”

Sem acompanhamento, a escola não faz mais que normalizar o talento que estas crianças de-senvolvem mesmo em meios hostis. “Conheci um menino que sabia ler e escrever muitíssimo bem com cinco anos e não tinha um livro em casa. Há crianças que, mesmo em ambientes adversos, conseguem desenvolver os seus talentos.” Isso só não chega. Sem trabalho, o dom atrofia, como “qualquer músculo que não é exercitado”.

Fonte: ionline