sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ser pai mais tarde aumenta risco de autismo nos filhos

A revista "Nature" publicou na quarta-feira um artigo que relaciona a idade dos pais com problemas de saúde dos filhos. Segundo o estudo, quanto mais tarde um homem concebe uma criança, maior é a probabilidade que esta venha a ter complicações como autismo ou esquizofrenia.

O fenómeno ocorre devido a um acumular de mutações espontâneas nos genes do pai todos os anos.

Esta relação já havia sido estudada antes, mas o estudo apresenta a quantificação do risco, ao fazer a contagem do número de mutações. Um homem que seja pai aos 20 anos passa ao filho uma média de 25 mutações, enquanto que aos 40 já lhe passa 65 mutações, pois há um acrescento de duas por ano. Geralmente, estas são inofensivas.

A idade da mãe não influencia o risco de autismo ou esquizofrenia, mas antes doenças relacionadas com os cromossomas, como o síndrome de Down. A mãe passa aos filhos uma média de 15 mutações, independentemente da idade que tenha.

Já os problemas psiquiátricos e de desenvolvimento estão ligados ao pai. Por exemplo, o estudo aponta que o aumento nos casos de autismo pode derver-se, em parte, ao facto de os homens serem pais cada vez mais tarde.

Contudo, o estudo não é motivo para desistir da paternidade tardia, pois, por exemplo, o risco de um homem de 40 anos ter uma criança com autismo ou esquizofrenia é apenas de 2%.

Para a investigação foi analisado material genético do sangue de 78 famílias compostas por pai, mãe e filho, especialmente famílias em que pais aparentemente saudáveis conceberam crianças com esquizofrenia ou autismo. O objetivo dos cientistas foi isolar mutações nos genes dos filhos, que não estão presentes nos genes dos pais.

Se os resultados do estudo vierem a confirmar-se, a uma das soluções poderá ser o congelamento do esperma enquanto o homem é jovem, para que possa ser pai mais tarde sem o risco de passar mais mutações aos filhos.

No entanto, o professor Evan Eichler, da Universidade de Washington, nos EUA, citado pelo jornal brasileiro "Folha de São Paulo", reitera que a maioria das mutações são inofensivas e que "há muitos homens de 50 anos com filhos saudáveis".

Fonte: JN

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