quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A Síndrome de Asperger

É essencial compreender a natureza das limitações e os pontos fortes dos jovens/crianças com Síndroma de Asperger para lhes proporcionar uma educação eficaz.

O nome provém do médico Vienense Hans Asperger (1906-1980). Foi descrita pela 1ª vez em 1944. Após observar/contactar os seus pacientes,a maioria jovens com dificuldades de interacção social, estudou doentes com défice de competências sociais e comunicativas. Os seus estudos tiveram maior destaque a partir de 1980.
É uma síndrome algo complexa uma vez que varia de sujeito para sujeito. Embora tenham traços gerais comuns, cada um tem características individuais que se revelam de diferentes maneiras. Não há uma cura, mas com treino apropriado podem ser desenvolvidas Determinadas competências que lhes dêem mais autonomia. Os joves/crianças com esta Síndrome têm inteligência média e acima da média.

Caracteriza-se por limitações subtis em 3 áreas de desenvolvimento:
1. Interacção social
2. Comunicação em contextos social
3. Imaginação social

Pensa-se não haver uma causa única para as perturbações do espectro do autismo. Acredita-se que resulte de um conjunto de factores – genéticos, factores que envolvem lesão cerebral (sendo as áreas afectadas as responsáveis pelo desenvolvimento da comunicação), como infecções durante a gravidez, alterações no trabalho de parto, entre outros.Verifica-se maior incidência nos individuos do sexo masculino.
O diagnóstico pode ser realizado pela observação do comportamento e por avaliação psicológica (questionário/ checklist) e comportamental.Pode e deve envolver profissionais de várias áreas.

Características
· Falta de vontade de interagir com os pares, tendência ao isolamento;
· Tensão e agitação ao lidar com terceiros;
· Dificuldade em prever e entender o comportamento dos outros (dificuldade em interpretar a comunicação não verbal- expressões, gestos, …) ou em compreender e exprimir emoções, o que dificulta as interacções/relações sociais;
· Dificuldade em antecipar e adivinhar o que os outros possam pensar ou os seus propósitos;
· Dificuldade em explicar o próprio comportamento e emoções;
· Dificuldade em interagir e reagir ao nível de interesse do interlocutor, ao que diz, repercutindo-se em dificuldades em manter uma conversa;
· Voz sem expressão;
· Falta de partilha de atenção;
· Boa habilidade verbal, linguagem peculiar;
· Interesses especiais e obssessivos que os outros consideram estranhos;
· Actividades repetitivas;
· Resistência à mudança e insistência em rotinas;
· Boa capacidade de memorização;
· Concentram-se mais em determinados detalhes;
· Utilização indevida do contacto ocular;
· Fraca coordenação motora;
· Dificuldade em estabelecer associações e na organização pessoal e dos materiais;
· Dificuldade em planear tarefas, começá-las e terminá-las;

O que fazer / Estratégias
- Criar um ambiente favorável à comunicação
- Ambiente previsível
- Desenvolver a capacidade de iniciar, manter e terminar uma conversa
- Desenvolver determinadas competências socais, comunicativas (ser mais competente na forma como comunica) e de linguagem (uso em contexto social- pragmática e semântica)
- Regular o comportamento (penalizar comportamentos desadequados)
- Ensino explícito
- Intermediar situações de cooperação com o grupo como forma de aumentar a sua aceitação e promover a interacção (trabalhos de grupo, jogos, …)
- Incentivar o envolvimento com os pares – desenvolver comunicação
- Sensibilizar os pares. É essencial que os outros compreendam as dificuldades colocadas pelos Jovens/crianças com esta síndrome e os motivos do seu comportamento.
- Ser objectivo na orientação do trabalho
- Recurso a estímulos visuais – esquemas, listas, figuras
- Usar os interesses para ampliar o reportório e envolvimentos com os conteúdos estudados
- Organização e aplicação da informação
- Explicar o que dele se espera
- Desenvolver a compreensão
- Simplificar as tarefas/actividades dividindo em vários passos
- Dar reforço positivo e valorização das tarefas realizadas de forma a fomentar a auto-estima e a auto-confiança
- Solicitar com mais frequência
- Controlo dos trabalhos de casa
- Introduzir alterações de forma gradual
- Promover a autonomia.

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