quinta-feira, 28 de junho de 2012

Luís Gonçalves conquista ouro nos Europeus

O português Luís Gonçalves conquistou esta quinta-feira a segunda medalha de ouro, agora nos 200 metros T12 (deficiência visual), na última jornada dos Europeus de atletismo para atletas com deficiência, em Stadskanall, na Holanda.

Um dia depois de ter ganho a final dos 400 metros T12, Luís Gonçalves voltou a subir ao primeiro lugar do pódio e a juntar o título mundial ao europeu (também é campeão mundial e vice-campeão olímpico dos 400 metros).

O português ainda conquistou uma terceira medalha neste Europeus ao integrar a estafeta portuguesa de 4x100 T11-T13 que terminou no segundo lugar da final, juntamente com Firmino Baptista, Rodolfo Alves e Gabriel Potra.

No último dia de provas, Gabriel Macchi também enriqueceu o medalheiro da delegação portuguesa com o terceiro lugar na final dos 5.000 metros T12.

A Rússia foi a grande vencedora do quadro de medalhas, com 76 conquistadas, 29 das quais de ouro. Portugal terminou no 19.º posto geral, com nove medalhas, duas de ouro, três de prata e quatro de bronze.

Portugal esteve representado no Campeonato da Europa de Atletismo, promovido pelo Comité Paralímpico Internacional (IPC), por 22 atletas, nas classes 11/12/13 (deficiência visual), 20 (deficiência intelectual), 38 (paralisia cerebral) e 46 (deficiência física).

O campeonato europeu foi a última grande prova internacional de atletismo antes dos Jogos Paralímpicos Londres'2012, nos quais Portugal estará representado em cinco modalidades.

De acordo com a quota definida pelo IPC, Portugal poderá terá 15 representantes nas provas paralímpicas de atletismo, mas devido ao facto de o número de atletas com mínimos para Londres2012 ser superior à quota, o Comité Paralímpico de Portugal, em colaboração com a federação, teve de definir critérios de seleção.

A composição da seleção paralímpica de atletismo deverá ser anunciada no início de julho.

Além do atletismo, Portugal vai estar representado nos Jogos Paralímpicos, que decorrem entre 29 de agosto e 9 de setembro, nas modalidades de boccia, equitação, natação e remo.

Fonte: Record

terça-feira, 19 de junho de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Provedor pede condições especiais para disléxicos

O Provedor de Justiça pede condições especiais em todos os exames nacionais do ensino básico para os alunos que sofrem de dislexia.

Alfredo de Sousa enviou, hoje, um ofício à Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário no sentido de serem tomadas medidas em todos os exames nacionais para os alunos com necessidades educativas especiais. Em causa, estão os j disléxicos, cujas queixas levaram a Provedoria de Justiça a tomar posição.

Hoje, com os exames nacionais à porta, faz nova recomendação no sentido dos responsáveis escolares estarem atentos às necessidades educativas especiais dos examinados. Em primeiro lugar, pede que seja aplicada a Ficha A em todas as provas, escritas ou orais. Trata-se de um instrumento de apoio para a classificação de provas de exame nos casos de dislexia e que permite a não penalização dos erros caraterísticos da doença.

Em "situações extremas de limitações severas de capacidade de leitura" recomenda a apreciação caso a caso e que seja autorizada a aplicação de condição especial de leitura dos enunciados com monitorização.

O provedor de Justiça sublinha que, caso considerem não haver motivo para aceitar o pedido de condições especiais, devem ter em atenção que isso pode "comprometer a transição do aluno, situação possível no 9.º ano de escolaridade". Este reprova se tiver 3 (na escala de 0 a 5) na frequência e 1 no exame.

A divulgação atempada do catálogo das condições especiais de exame para os alunos com dislexia será uma forma de evitar conflitos durante os exames, defende Alfredo de Sousa. E apela a que seja feita a avaliação das necessidades dos alunos tendo em vista os exames no ano letivo anterior, ou seja, no 5.º e 8.º ano.

Fonte: DN

Aumentar espaço entre as letras ajuda disléxicos a ler

Crianças disléxicas podem ler melhor e mais rápido quando há uma separação maior entre as letras de um texto, segundo um estudo publicado na revista Atas da Academia Americana de Ciências (PNAS).


O trabalho, realizado por cientistas europeus com 54 crianças italianas e 40 francesas, todas com dislexia e idades entre 8 e 14 anos, mostrou que a precisão para decifrar palavras duplica e a velocidade de leitura aumenta 20% quando o espaço entre as letras é maior.

«Os nossos resultados proporcionam um método prático para melhorar a leitura dos disléxicos sem necessidade de treino especial», concluiu o estudo liderado por Marco Zorzi, do Departamento de Psicologia da Universidade de Pádua (Itália). Os cientistas atribuem o feito a que, com um espaço maior, se mitiga o fenómeno de «aglomeração» das letras que leva os disléxicos a não conseguirem distinguir claramente os caracteres.

Os trabalhos apresentados às crianças incluíram 24 frases curtas que deviam ler em duas versões: uma com o texto apresentado de forma normal e outra com o texto apresentado com espaço maior entre as letras.

O texto normal estava escrito com corpo de letra de 14 pontos, enquanto na outra versão, o espaço entre as letras aumentou 2,5 pontos (um ponto corresponde a 0,353 mm, segundo os padrões).

«O espaço entre I e L na palavra italiana 'il' (que significa ele) passou de 2,7 pontos (...) para 5,2 pontos», explicou o estudo.

Os resultados são particularmente animadores porque separar mais as letras não só aumenta a velocidade de leitura das crianças disléxicas, mas beneficia especialmente os disléxicos mais graves, o que demonstra a eficácia do método.

Este, no entanto, não faz efeito nas crianças não disléxicas, segundo os autores, provenientes da Universidade de Aix-Marseille (França) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).

A dislexia é um transtorno que afecta a parte do cérebro dedicada à interpretação da língua. Não tem cura e estima-se que afecte 15% dos americanos. Para tratá-la, costuma recomendar-se acompanhamento adicional e um intenso enfoque na leitura.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Breve análise ao novo despacho de organização do ano letivo 2012/2013

Foi publicado o Despacho normativo n.º 13-A/2012 relativo à organização do ano letivo. 


Certamente que nos próximos dias, novas pérolas se conhecerão, no entanto, deixo-vos com algumas para refletirem:

Artigo 8.º, ponto 1: "A componente letiva, a constar no horário semanal de cada docente, encontra -se fixada no artigo 77.º do ECD, considerando -se que está completa quando totalizar 25 horas semanais, no caso do pessoal docente da educação pré -escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, ou 22 horas semanais (1100 minutos), no caso do pessoal dos restantes ciclos e níveis de ensino, incluindo a educação especial".

Traduzindo: Se forem definidos ao nível de escola/agrupamento, tempos letivos de 50 minutos serão 22 "horas" semanais de componente letiva ("horário completo")... Se forem definidos tempos letivos de 45 minutos teremos 24 "horas" semanais de componente letiva ("horário completo").

Já há uma semana, o Advogado do Diabo falava nisto aqui. Afinal o cenário ainda consegue ser mais negro do que aquilo que a maioria pensava. As implicações serão ainda maiores em termos do número global de horários de professores para o próximo ano letivo.




Artigo 8.º, ponto 4: "A componente letiva de cada docente dos quadros tem de estar totalmente completanão podendo, em caso algum, conter qualquer tempo de insuficiência". 

Artigo 8.º, ponto 5: "Para os efeitos previstos no número anterior, utilizam-se atividades letivas existentes na escola ou agrupamento, designadamente substituições temporárias, lecionação de grupos de alunos de homogeneidade relativa em disciplinas estruturantesreforço da carga curricular de quaisquer disciplinas, atividades de Apoio ao Estudo ou outro tipo de apoio ou coadjuvação.

Traduzindo: Mais uma boa medida, de fazer mais com menos...

Artigo 11.º, ponto 1: "Em cada ano letivo, o crédito de tempos (CT) é calculado de acordo com a seguinte fórmula CT = K × CAP + EFI + T, em que: K é um fator inerente às características da escola ou agrupamento; CAP corresponde a um indicador da capacidade de gestão dos recursos; EFI corresponde a um indicador da eficácia educativa; T é um parâmetro resultante do número de turmas da escola ou agrupamento".

Traduzindo: Vão ver o que significa cada um dos fatores e vejam a confusão que isto não vai dar... Leiam com calma. Quando encontrarem um fator que depende da avaliação sumativa interna e externa poderão constatar que a "coisa" não vai ser fácil.

Mais algumas novidades, cuja "tradução" irei evitar por desgaste "mental":

Artigo 7.º, ponto 4: "Adicionalmente, a escola ou agrupamento dispõe de um conjunto de horas equivalente ao produto de 1,5 pelo número de turmas dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário em regime diurno, arredondado por excesso, para efeitos de imputação na componente letiva dos docentes que exercem funções de direção de turma".

Anexo V: "1 — É autorizado o desdobramento de turmas nas disciplinas de Ciências Naturais e Físico -Química do 3.º ciclo do ensino básico, exclusivamente para a realização de trabalho prático ou experimental: a) Quando o número de alunos da turma for igual ou superior a 20; b) No tempo correspondente a um máximo de 100 minutos. 2 — O desdobramento a que se refere o número anterior deverá funcionar para cada turno semanalmente numa das disciplinas, alternando na semana seguinte na outra disciplina. 3 — A escola poderá encontrar outras formas de desdobramento desde que cumpra a carga estipulada no ponto 1 (...)".

Fonte: Profs Lusos

Feira de Educação Especial alerta para necessidade de inclusão

Esta quarta-feira, a educação especial está em destaque no Jardim Vasco da Gama, em Lisboa. Entre peças de teatro, um concerto de gospel e outras actividades, a II Feira de Educação Especial pretende divulgar as entidades que apoiam crianças e jovens com necessidades educativas especiais. 

Entre as 10h e as 18h30, quem passar no Jardim Vasco, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, vai deparar-se com um cenário diferente. Está a decorrer a II Feira de Educação Especial que, pelo segundo ano consecutivo, reúne cerca de 30 instituições dedicadas às crianças e jovens com necessidades especiais.

A organização está a cargo do sub-grupo de Educação Inclusiva da Comissão Social Inter-Freguesias de Santa Maria de Belém e de São Francisco Xavier, inserida no projecto Rede Social de Lisboa.

O principal objectivo da Feira é promover a inclusão de crianças e jovens com necessidades especiais e, para tal, aposta na “divulgação de vários tipo de respostas públicas, privadas e Instituições Particulares de Solidariedade Social”, explica Catarina Abreu, representante da Junta de Freguesia de São Francisco Xavier.

São várias as actividades, desenvolvidas por alunos com necessidades especiais das instituições representadas, que garantem animação ao longo do evento. “Muitas actuações de palco, como coreografias e peças de teatro e um concerto de gospel do grupo ‘Os Levitas’”, concretiza a organizadora. A cantora Micaela intensifica o divertimento, representando a Agape Foundation, associação da qual é embaixadora em Portugal.

Este ano, a iniciativa conta com a participação da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que marca presença com dois stands, um da associação e outro da Unidade de Equipamentos e Serviços Tiflotécnicos (UEST), que comercializa produtos para deficientes visuais. “É uma boa oportunidade para todos nos conhecermos e sermos mais úteis”, declara Graça Gerardo, directora da ACAPO. “Trouxemos lápis de cor com o alfabeto em braille e jogos de cartas e de numeração, para que pessoas com e sem deficiência possam jogar com autonomia”, acrescenta.

Segundo Catarina Abreu, a feira dirige-se a “todas as pessoas que procurem informação na área”. A entrada é livre e, tal como na primeira edição, ocorrida em Maio do ano passado, esperam-se cerca de 200 crianças, “sem contar com os transeuntes curiosos e com os participantes adultos”, remata.

Fonte: Público

terça-feira, 5 de junho de 2012

E quando o médico diz: “O seu filho nasceu com uma deficiência”

E quando a resposta é: "Poderá haver um problema" ou " O seu filho nasceu com uma deficiência"! Naquele momento, naquele minuto fatal, desmorona-se tudo!

A partir do momento em que se confirma uma gravidez desejada, o casal, e até mesmo a família alargada, vive momentos de verdadeira felicidade. Tudo é pensado em nome da criança vindoura. A mãe cumpre religiosamente as consultas de acompanhamento, o pai delicia-se com o crescimento da barriga e juntos deliram com os primeiros "pontapeares". As compras focam-se na decoração do quarto do bebé, nas roupas mais confortáveis, na aquisição das "cadeirinhas" mais adequadas... 

A mãe e o pai idealizam o rosto da criança, com uma esperança, quase secreta, que ela venha a herdar geneticamente o melhor de cada um. Durante nove meses, a família é, assim, imbuída de emoções positivas e anseia o momento do nascimento! 

Quando a criança nasce, o pai comemora com os amigos, a mãe recebe telefonemas das amigas, enfim... vive-se o melhor momento da vida de qualquer ser humano! 

Todavia, nem sempre este cenário é assim! Quando o pediatra chega, com um ar quase ensimesmado, os olhos pequenos e um franzir na testa... O medo instala-se e os pais perguntam, quase desesperadamente: 

- O meu bebé está bem? Nasceu perfeitinho? 

E quando a resposta é: "Poderá haver um problema" ou "O seu filho nasceu com uma deficiência" Naquele momento, naquele minuto fatal, desmorona-se tudo! 

A criança sonhada, a criança idealizada, dá lugar a uma criança não desejada, isto porque nenhum ser humano deseja ter uma criança com deficiência! 

E no meio deste sequestro emocional, a mãe tem alta, vem para casa com "outro" bebé e sem qualquer tipo de apoio psicológico! 

Os pais percorrem, assim, um longo período de sofrimento, passando por várias etapas, muitas vezes, sozinhos. 

São estes pais que chegam à minha "Escola de Pais Especiais". Pais revoltados, amargurados, sem vida própria, que esqueceram de viver, pois tudo passou a centrar-se nos cuidados do novo ser. 

A estes pais eu gostaria de dizer que ter uma criança com deficiência não é prenúncio de uma vida futura infeliz. A deficiência não é uma fatalidade! É, antes, um reaprender a amar de forma diferente, mais intensa, mais verdadeira e única! E lembrem-se, quanto mais depressa superarem o ciclo de sofrimento, mais depressa apreciarão os encantos que só estas crianças são capazes de oferecer! 

Chegam-me ainda outros pais especiais, como o caso da mãe Rosalina, que me disse: "Eu tenho três filhos com necessidades educativas especiais, mas tenho a certeza que não existe um família tão feliz como a nossa"! 

É esta raridade de emoções positivas, é este amar superiormente, é este viver apaixonadamente com um filho especial, que precisa ser "contagiado" àqueles que se deparam, neste momento, com a impotência de ser pais com um filho com deficiência. 

Urge, por isso, um agitar de consciência social e política, no que concerne ao apoio emocional destes pais tão especiais e à intervenção precoce do seu filho. 

Urge fazer perceber a estes pais e ao mundo em geral que se a Natureza ditou estas crianças é porque necessita delas! Afinal... elas são seres excecionais! 

Urge a desmistificação da deficiência. 

Urge acreditar no que estas crianças nos acrescentam diariamente, tornando-nos, a todos nós, também pessoas especiais! 

A estas crianças o meu eterno Obrigada, e a todos os pais especiais, 

Um sorriso especial! 

Fonte: Educare