terça-feira, 30 de agosto de 2011

19 toneladas de tampinhas dão prótese a menino

Um menino de dois anos, de Caminha, que nasceu sem a mão direita, vai hoje (23/8) testar uma mão estética e dentro de um mês já deverá ter uma prótese mioeléctrica.

Segundo a mãe da criança, Elisabete Farinhoto, toda a operação, orçada em nove mil euros, será financiada por uma empresa da Póvoa de Varzim, em troca de 19 toneladas de tampinhas, recolhidas desde a Páscoa tanto em Portugal como na Galiza.
"Da Galiza, chegaram ontem [segunda-feira] duas toneladas de tampinhas e há mais duas para chegar. Foi uma adesão excepcional", referiu Elisabete Farinhoto.
Hoje, numa clínica de Matosinhos, o filho, Diogo, vai experimentar a mão estética e poderá mesmo regressar a casa com ela, "se não houver problemas".
Dentro de um mês, na mesma clínica, deverá instalar a prótese mioelétrica.
O filho, Diogo, nasceu a 20 de maio de 2009, sem a mão direita, alegadamente vítima de uma amputação dentro da barriga.
"As primeiras ecografias mostram que ele tinha as duas mãos", revela a mãe.
Esta primeira prótese terá a validade de dois anos e terá depois de ser substituída por uma outra, pelo que a campanha de recolha de tampinhas vai continuar.
"Para a outra prótese, serão necessárias mais de 30 toneladas", referiu.
Segundo explicou, vale todo o tipo de tampas de plástico, seja de garrafas de água, de óleo, de iogurtes líquidos, de garrafões, de detergentes ou de champô.
Valem também caixas de manteiga completas, bem como todas as embalagens que tenham o símbolo da reciclagem com os números 2, 4 ou 5 dentro do triângulo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Portugal: Jogo de computador ajuda crianças autistas

A Universidade do Porto está a desenvolver um jogo de computador, direcionado para autistas, que lhes permite aprender as emoções e expressões faciais. O projeto visa facilitar a relação destas crianças com quem as rodeia.
O autismo é uma disfunção que afeta a capacidade de relacionamento, deixando os doentes emocionalmente isolados das pessoas que os rodeiam.
Este jogo - desenvolvido pela Universidade do Porto em colaboração com a Universidade de Texas - permite às crianças autistas a familiarização com as expressões faciais, o reconhecimento da alegria e da tristeza. Desta forma a criança terá uma maior facilidade no seu relacionamento interpessoal.
Com o indicador encostado ao ecrã, a criança pode desenhar as expressões, levantar as sobrancelhas e os olhos e, ao mesmo tempo, ver a cara a reagir. As personagens à escolha são muitas e incluem humanos, bonecos e animais.
A base tecnológica deste projeto, que ainda se encontra numa fase inicial, já foi desenvolvida. Resta agora fazer os testes necessários: primeiro em crianças sem a disfunção e só depois em crianças autistas. Estima-se que o programa esteja concluído daqui a dois anos.
O jogo, "LIFEisGAME: Learning of Facial Emotions using Serious GAMEs”, conta com a colaboração especialistas da faculdade de Psicologia e terapeutas da Associação Criar e o Instituto Tecnológico e a Microsoft e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Clique AQUI para aceder à página oficial.

António Marques, um pioneiro do boccia a sonhar com a sétima participação paralímpica


António Marques tem 47 anos, aos 18 foi um dos primeiros deficientes com paralisia cerebral a praticar boccia. Quase três décadas depois continua na alta competição, já participou em seis Jogos Paralímpicos e tem Londres2012 "na mira".
"Eu sou dos primeiros que começaram a jogar boccia, cheguei a jogar em pistas de tartan", garante António Marques, para logo acrescentar: "Medalhas são mais que muitas. Tenho lá uma vitrina cheia".
António Marques está esta semana em Belfast, onde a selecção portuguesa de boccia procura revalidar o título na Taça do Mundo. Não promete resultados, mas garante que se não aparecerem não será por falta de trabalho.
"Só me falta dormir com as bolas. Treino normalmente três vezes por semana", conta, explicando depois que antes das grandes competições os treinos são diários.
António Marques vive com a mãe, na Aveleira, e frequenta diariamente a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
Admite que a modalidade que lhe tem dado tantos títulos e para a qual treina "sem parar" já lhe proporcionou grandes momentos desportivos e de lazer, afirmando: "Se não fosse o boccia, eu não saia da parvónia".
Ao longo da sua carreira desportiva, António Marques já teve "quatro ou cinco treinadores". Confessa que às vezes está "farto deles", sobretudo quando são muito exigentes, mas logo a seguir "emenda" o discurso: "Sei que eles só querem o meu melhor".
No boccia, António Marques compete na classe BC1, destinada a tetraplégicos com pouca amplitude de movimento funcional e pouca força funcional em todas as extremidades e tronco, que dependem de um acompanhante para ajustar ou estabilizar a cadeira ou para lhe dar a bola.
Com a quarta classe concluída, António Marques gosta de escrever "sempre à mão", porque ainda não tem computador, e é um amante da rádio, revelando-se um ouvinte assíduo dos programas de discos pedidos.
Em Seul estreou-se nos Jogos Paralímpicos e desde então não falhou nenhuma edição, por isso, gostava muito de estar em Londres para o próximo ano e promete "trabalhar para isso".

Combater a dislexia: nova esperança

Um tipógrafo holandês concebeu um novo tipo de letra, especialmente desenhado para minimizar os erros cognitivos causados pela dislexia.
A dislexia é responsável por gerar dificuldades na leitura e na escrita, afetando a aprendizagem de milhares de crianças. Calcula-se que a dislexia – cujos sintomas passam por confundir algumas letras, por exemplo, ou dificuldades de associar os sons às letras – afete até 10% da população mundial, manifestando-se de várias maneiras.
A falta de informação dificulta muitas vezes o apoio aos que sofrem de dislexia, que, normalmente, superam as dificuldades apenas através do próprio esforço. Christian Boer, tipógrafo e disléxico holandês, lembrou-se, no entanto, de estudar e criar um novo tipo de letra que poderá representar uma grande ajuda para os disléxicos.
A nova tipografia, chamada Dyslexie, de acordo com um estudo independente da Universidade de Twente, na Holanda, parece ser bastante funcional. Em 2009, 21 alunos com dislexia testaram a Dyslexie e o resultado foi positivo – quando liam textos escritos com a nova tipografia, cometiam menos erros.
“Posso dizer que trabalhei na vírgula durante quatro horas e na letra ‘a’ durante mais de 12 horas”, declarou Boer à revista Fast Company, ilustrando o trabalho que lhe deram as alterações que fez em cada letra do alfabeto e pontuações.
O tipógrafo holandês teve a ideia em 2008, quando começou a otimizar um tipo de letra ao seu próprio olho. Pouco tempo depois, contratou oito pessoas com dislexia para o ajudarem no desenho da tipografia. Uma das características principais do alfabeto Dyslexie é o “peso” das letras, cuja parte inferior foi reforçada para sobressaírem no papel e facilitarem a leitura.

Fonte: Departamento de Educação Especial -Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano-Santarém

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma vantagem metabólica para Blade Runner?


Como o sucesso atrai sempre contestatários, tem havido quem o queira impedir de competir, argumentando que as próteses lhe concedem uma vantagem metabólica.

Como há quem afirme exatamente o oposto, e ambas as opiniões são secundadas por qualificados especialistas, é muito provável que ele vá mesmo a Londres.

Em Daegu estará igualmente presente a atleta Caster Semenya, uma sua compatriota, também ela objecto de muito polémica, embora por motivos diferentes. No seu caso, era uma questão de identidade sexual.

Também aí o problema foi ultrapassado. Ganhou o desporto.


Ler mais: Expresso

Atleta amputado a disputar um Mundial


Oscar Pistorius vai tornar-se o primeiro atleta amputado a participar num mundial de atletismo, integrado na selecção da África do Sul que estará em Daegu, Coreia do Sul.

O atleta, que perdeu as duas pernas e corre com auxílio de duas próteses em fibra de carbono, fez 45,07 segundos nos 400 metros (recorde pessoal) em Julho, em Itália, marca que lhe abriu as portas para o mundial e que cumpre os mínimos “A” para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.


Pistorius, apelidado de “Blade Runner” devido às próteses em folha de carbono que utiliza nas pernas, foi seleccionado pela federação sul-africana para a prova de 400 metros e para a estafeta 4x400 metros, em Daegu.

O atleta sul-africano teve de receber o acordo da Tribunal Arbitral do Desporto para competir fora do âmbito para-olímpico (onde conquistou várias medalhas de ouro), depois de a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) ter colocado reservas à sua presença em provas de atletismo, designadamente em mundiais e jogos olímpicos.

Pistorius foi amputado aos 11 anos, devido a uma doença congénita.

Fonte: Público

Atleta amputado a disputar um Mundial


Oscar Pistorius vai tornar-se o primeiro atleta amputado a participar num mundial de atletismo, integrado na selecção da África do Sul que estará em Daegu, Coreia do Sul.

O atleta, que perdeu as duas pernas e corre com auxílio de duas próteses em fibra de carbono, fez 45,07 segundos nos 400 metros (recorde pessoal) em Julho, em Itália, marca que lhe abriu as portas para o mundial e que cumpre os mínimos “A” para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.


Pistorius, apelidado de “Blade Runner” devido às próteses em folha de carbono que utiliza nas pernas, foi seleccionado pela federação sul-africana para a prova de 400 metros e para a estafeta 4x400 metros, em Daegu.

O atleta sul-africano teve de receber o acordo da Tribunal Arbitral do Desporto para competir fora do âmbito para-olímpico (onde conquistou várias medalhas de ouro), depois de a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) ter colocado reservas à sua presença em provas de atletismo, designadamente em mundiais e jogos olímpicos.

Pistorius foi amputado aos 11 anos, devido a uma doença congénita.

Fonte: Público

Hiperactividade e défice de atenção por: Solange Sousa Mendes


A hiperactividade e défice de atenção é uma perturbação neurobiológica que se traduz por uma desatenção inapropriada para a idade. É hereditária e faz-se acompanhar por sinais de agitabilidade motora (hiperactividade). Os sintomas devem estar presentes nos vários contextos do quotidiano do indivíduo: FAMILIAR - MEIO PROFISSIONAL OU ESCOLAR - MEIO SOCIAL.

Esta perturbação apresenta 3 subtipos:

• PHDA do tipo DESATENTO - caracterizado por sinais comportamentais essencialmente relacionados com a desatenção e falta de concentração;
• PHDA do tipo HIPERACTIVO - caracterizado por sinais de agitação motora, dificuldades em cumprir regras e falta de auto-regulação comportamental em geral.
• PHDA do tipo Misto - Caracterizado por sinais de desatenção e de agitação motora.

As causas da PHDA que podem ser provocadas por:

• Alterações dos factores neuroquímicos e neuro-anatómicos no cérebro.
• Alterações dos  factores ambientais e relacionados com aspectos da vida uterina.
• Alteração de factores genéticos e moleculares.

De acordo com a experiência da psicóloga e conferencista Maria João Ferro, o facto de em Portugal, na generalidade dos casos, se dar ênfase à tónica do subtipo hiperactivo, renegando para segundo plano a do défice de atenção, tem feito com que só as crianças hiperactivas tenham acesso às medidas que a lei portuguesa prevê para apoio no âmbito das Necessidade Educativas Especiais. "Apesar de não ser na maioria dos casos, mas a minha experiência (20 anos) mostra-me que ainda existe muita falta de informação, em especial naqueles que têm a responsabilidade de operacionalizar este apoio diferenciado nas escolas", acrescenta. É com pena que a psicóloga desabafa que, na prática, ainda hoje encontra meninos do subtipo desatento que não são abrangidos pela lei das necessidades educativas especiais por não se terem reunido as condições necessárias. Também, pelo que a psicóloga pode constatar, os rapazes são tendencialmente do tipo hiperactivo e as meninas tendencialmente do tipo desatento. Como tal, apesar de ambos apresentarem a mesma perturbação, as meninas podem estar a ser prejudicadas.

Os três subtipos desta perturbação podem acompanhar o individuo toda a sua vida, apesar de em Portugal ainda se acreditar que com a idade esta perturbação tende a desaparecer. Os estudos que nos chegaram nas últimas décadas mostraram-nos que existem diferenças significativas entre os cérebros de indivíduos com diagnóstico de PHDA (independentemente do subtipo) e aqueles supostamente "funcionais" nas questões da desatenção e da hiperactividade.

Estudos comprovados pela experiência de Zametkin e colaboradores (1990) demonstram que o metabolismo da glucose no cérebro das crianças e adultos com PHDA é inferior cerca de 8,1%. Isto implica uma diminuição da circulação sanguínea e correspondente menor activação das células. Como a glucose é o combustível do cérebro, todo o processamento de informação torna-se mais lenta no Cortex Frontal – zona responsável por vários processos implicados na aprendizagem. "Como a atenção depende de alguma forma do funcionamento desta área cerebral, surge o problema da desatenção, procrastinação, má gestão do tempo, entre outros sintomas que tanto atrapalham a vida da criança e do adultos", esclarece a psicóloga.

Os sintomas entre adultos e crianças são diferentes. Transformam-se ao longo da vida. Os sinais de Hiperactividade tendem a desaparecer mas os de desatenção mantêm-se ao longo de toda a vida. Nos adultos é muito comum a proscrastinação, a impulsividade, a má gestão dos sentimentos de frustração, a imaturidade, a irresponsabilidade, tendência para a adição e comportamentos de risco e uma péssima relação com a gestão do tempo.

O diagnóstico destes casos apresenta grande complexidade, pois ainda não há grande concordância na comunidade científica sobre os seus critérios. Nos Estados Unidos da América (EUA), já trabalham esta área há décadas, inclusive os adultos são medicados e seguidos por terapeutas comportamentais. No entanto, em Portugal a intervenção na PHDA dos adultos ainda está a dar os primeiros passos.

Maria João Ferro é das primeiras psicólogas a trabalhar nesta área no nosso país e tem a experiência do modelo SPARK, criado pelo Prof. Dr. John Ratey, Psiquiatra e Professor na Harvard Medical School - que tenta ajudar estes adultos, sem recorrer à medicação.

Este método valoriza a relação CORPO-CÉREBRO. Encara o cérebro (em especial os "preguiçosos" – dos indivíduos com PHDA) como um músculo que pode ser treinado pelo exercício físico. Ratey defende que através do exercício regular (3 x por semana, 20m mínimo de cada vez) se melhoram a atenção, a concentração, a memória de trabalho, o comportamento e a disciplina vs indisciplina.

Fonte: I online

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

1/5 das crianças à guarda do Estado tem problemas mentais



Dos 5620 menores até à idade de 14 anos entregues aos cuidados do Estado ou a famílias de acolhimento, 1134 apresentam deficiências mentais. Ou seja, cerca de um quinto das crianças até essa idade.
Estamos a falar de miúdos que foram retirados temporariamente aos pais pelo Estados, abandonados ou ainda menores disponíveis para adopção.
Os dados constam no relatório "Caracterização das Crianças e Jovens em situação de Acolhimento em 2010", a que o DN teve acesso. O documento fala de deficiências mentais profundas - caso de crianças de 12 anos com um nível intelectual igual ao de uma de sete - e também de dificuldades emocionais agudas e de socialização, que pedem acompanhamento psiquiátrico regular ou mesmo contínuo.

Fonte: DN